segunda-feira, 30 de julho de 2012

O livro e as sete igrejas

"Para que as pessoas possam ter acesso à glória do Senhor Jesus, elas precisam ver esta mesma glória na Sua Igreja"
           


O livro do Apocalipse é dirigido às sete igrejas da Ásia. Hoje, devido às mudanças políticas que modificaram fronteiras, essa região onde estas sete igrejas se encontravam pertence à Turquia, no continente europeu.

Como o número sete simboliza a perfeição, cremos que estas sete igrejas representam a totalidade da Igreja do Senhor Jesus Cristo. Elas são como um espelho que reflete o perfil do cristão.

Cada uma delas mostra o caráter ou a qualidade de cristão que há em cada um de nós, além de mostrar também o tipo de caráter de igreja que houve e que há no mundo.

E o Apocalipse é dirigido a estas igrejas como uma advertência pessoal do Senhor Jesus. Por isso, é muito importante que, mediante a Sua revelação, cada cristão venha a avaliar minuciosamente a qualidade de servo que tem sido para o seu Senhor.

Semelhante a filho de homem

Obviamente, a visão que João tem do Senhor Jesus, na Ilha de Patmos, não é a mesma que nos dá no seu Evangelho. O Senhor Jesus glorificado não tem a mesma aparência do Jesus, Filho do Homem.
Os quatro Evangelhos nos apresentam a dupla natureza do Senhor, isto é, a Sua natureza humana e a Sua natureza divina, Filho de Deus. Assim sendo, Ele foi a única Pessoa que na parte humana teve mãe, mas não teve pai; e na parte divina tem Pai, mas não tem mãe.

Aliás, esta é a condição permanente do Senhor Jesus Cristo. E quando veio a primeira vez a este mundo, Ele Se manifestou apenas como Filho de homem, ou seja, como ser humano, nascido de Maria, ainda que mantivesse a Sua natureza divina.

Depois de morto, ressuscitado e glorificado, assumiu a Sua natureza divina, a qual o apóstolo Paulo descreve assim:

"Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste." Colossenses 1.15-17

Será assim o Senhor glorificado que o apóstolo João vê? Inicialmente, não. Vejamos o texto:

"Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro." Apocalipse 1.12,13

Notemos que primeiro o apóstolo vê os sete candeeiros de ouro: "... e os sete candeeiros são as sete igrejas" (Apocalipse 1.20). O que logo chama a atenção aqui é que João, antes de ver o Senhor Jesus glorificado, vê a Sua Igreja!

E o Senhor Jesus no meio da Sua Igreja: "...e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem..." (Apocalipse 1.13). Significa que ninguém é capaz de ver o Senhor Jesus em glória a não ser através da Sua Igreja.

Em outras palavras, para que as pessoas possam ter acesso à glória do Senhor Jesus, isto é, à salvação eterna, precisam ver esta mesma glória na Sua Igreja. Daí a grande responsabilidade daqueles que fazem parte dela, especialmente os seus dirigentes!

Quando uma pessoa, desiludida por todo o engano do mundo, deseja ter um encontro com Deus, para aonde é que ela se dirige primeiro? Para uma igreja cristã! Por quê? Porque ela crê que ali o Senhor Jesus está presente!

Mas se nessa igreja tanto o pastor quanto os membros não resplandecerem a imagem do Senhor Jesus, como aquela pessoa será salva?

É bem verdade que aqueles que pensam que podem manter a comunhão com o Senhor Jesus do lado de fora da Igreja não têm a mínima ideia do prejuízo que estão causando a si mesmos.

Estar fora do convívio da Igreja é o mesmo que tentar criar peixes fora d’água. Mas também é verdade que a Igreja tem a obrigação de manifestar a glória do Senhor Jesus Cristo, conforme Ele mesmo disse: "Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens" (Mateus 5.13).

O sal tem duas funções: dar sabor e conservar. O cristão tem a responsabilidade não só de manifestar a presença de Deus no mundo, como testemunha do Senhor Jesus, mas também de se conservar imune ao pecado, sendo um cristão cristalino, já que o pecado não tem domínio sobre ele: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça" (Romanos 6.14). Aquele que é de Deus ora, clama, suplica, jejua, geme, enfim, luta com todas as suas forças para que a Igreja seja viva e cheia do Espírito Santo! Aliás, aquele que clama pela Igreja clama por si mesmo.

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