quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Costumes da Bíblia - Os quatro Evangelhos


Os escritos que trazem as Boas Novas têm estilos diferentes sobre os mesmos fatos


Embora o termo “Evangelho” seja hoje também seja usado para falar dos livros da Bíblia em geral, normalmente a palavra se referia aos de Mateus, Marcos, Lucas e João. São eles que relatam a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus.

A palavra vem do grego evangelion (boas notícias, boas novas). Embora hoje seu sentido seja de cunho sagrado, antigamente era de uso secular. Quando os governantes gregos tinham boas notícias para o povo, mandava mensageiros para comunicá-las pelas cidades. O portador das boas nova chegava a um lugar público e gritava “EvangelionEvangelion!”, o que atraía muitas pessoas, que por sua vez transmitiam a mensagem aos familiares e amigos. Os cristãos começaram a usar o mesmo artifício para divulgar a Salvação – daí o termo “evangelizar”.

Os Evangelhos foram registrados na história em etapas. Logo após a ressurreição de Cristo, as boas novas foram espalhadas no eficiente, bom e velho estilo do “boca a boca”. Hoje, essa forma de comunicação pode parecer ineficaz, mas na época, valia muito: os judeus eram ensinados desde cedo na arte da memorização das informações transmitidas oralmente. Jesus mesmo era um verdadeiro mestre nisso, e por isso usava bastante imagens e ilustrações – as parábolas –, o que tornavam os ensinamentos de mais fácil lembrança.

Como a história do povo judeu – mesmo após a conversão de muitos deles ao cristianismo – era repleta de conflitos que ameaçavam sua existência, foi necessário escrever a história de Jesus para preservá-la mais eficientemente, tendo em vista as gerações futuras. Foram escritos os Evangelhos.

Estilos

Mateus, Marcos e Lucas partiram dos mesmos fatos para escrever seus Evangelhos, os três crendo em Jesus como o Salvador. Por isso, seus livros da Bíblia são conhecidos como Evangelhos "Sinóticos", palavra oriunda do grego, com a ideia de “do mesmo ponto de vista”. João escreve com uma visão um pouco diferente deles.



Segundo estudiosos, Marcos escreveu o primeiro Evangelho, que serviu de base para Mateus e Lucas, que adicionaram alguns dados.

Mateus era um dos 12 discípulos originais de Jesus e, por isso, testemunhou Seu lado humano, como o Deus que se fez carne agia no dia a dia. Relatou os ensinos de Cristo em blocos, numa forma mais didática. Como contou rapidamente o nascimento do Messias e resumiu sua origem eficientemente, foi colocado antes dos outros na Bíblia. Mais detalhes mostrados em Lucas sobre o nascimento, escritos mais tarde, são repetidos para garantir a veracidade, e como revisão. Visava como público os cristãos que surgiram naqueles tempos.

Marcos, também discípulo, foi assistente de Pedro em seu ministério. Usava uma linguagem mais concisa, com foco na ação, escrito no grego mais simples possível, para garantir maior alcance. Fala muito dos milagres do Messias, dos acertos e erros dos discípulos. Tinha como público os gentios.
Lucas, um gentio convertido, viajou com Paulo em suas expedições missionárias. Também queria como público os demais gentios. Por ser médico, tinha um texto mais focado em detalhes minuciosos e com um estilo até investigativo. Mostrava muito o cuidado do messias com os oprimidos, sua preocupação social.

João, que escreveu seu Evangelho cerca de 2 a 3 décadas mais tarde que os anteriores, também era um dos 12 apóstolos originais. Sua escrita já era mais prolixa, com ,longos ensinamentos e até transcrições dos grandes discursos. Seu “público-alvo” eram tanto judeus quanto gentios.

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