"Se chamará Benjamin, filho da minha destra"
Um "pare, escute, entenda” me
fez ler mais atentamente o verso que fala sobre o nascimento do décimo segundo
filho de Jacó com Raquel : Benoni ou Benjamin? A mãe morre no parto e enquanto
desfalece chama a criança de Benoni, imediatamente o pai replica:
não, esse nome não. Ele se chamará Benjamin. Jacó poderia ter sido
constrangido pelo momento de grande perda e ter acatado o último pedido da
esposa, mas não o fez.
“Ao sair-lhe a alma (porque morreu),
deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamin” Gn 35:18.
Benoni = filho da minha dor
Benjamin = filho da destra.
Jacó não se agradou em ter que chamar
o filho de “filho da dor”, isso era o mesmo que profetizar derrota e
infelicidade. Benoni, seria marcado em vida, pela morte da mãe. Ninguém além de
Jacó, sabia tão bem a importância de um novo nome, logo ele que tivera o nome
trocado de Jacó para Israel, após lutar obstinadamente com um anjo no vale de
Jaboque. Logo ele que buscou com toda fé e força a realização das promessas
de Deus.
“ Já não te chamarás Jacó e sim
Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” Gn
32:28
Jacó não estava rejeitando um nome
apenas, mas negando um destino. Ele acreditava em Deus para vencer e que assim
se faria a sua descendência. Mesmo com os olhos marejando, derramando lágrimas
pela partida definitiva da mulher que amava, o patriarca arrancou ânimo
para olhar em direção ao futuro e ver Benjamin sendo forte, valente,
conquistador, o filho que lhe daria segurança na velhice. Essa visão de Jacó,
no leito de morte de Raquel, pode ser confirmada também quando da reunião dos
doze filhos para receber a benção das tribos. A Benjamin, foi dito:
“Benjamin é lobo que despedaça pela
manhã, comerá a presa à tarde, repartirá o despojo” Gn 49:27
Os dias para Benjamin seriam
estratégia de guerra e vitória. Um jovem com espírito de liderança e apurado
senso de justiça (reparte o despojo). A dor chega por meio do trabalho
bem sucedido e não da desgraça.
Convertendo situações.
Esse acontecimento da vida de Jacó e
Raquel nos ensina a olharmos para o presente, idealizando um futuro marcado
pela conversão de situações. Provas virão, tristezas, morte, separação,
impossibilidades sobre as quais não temos o controle. Jacó não podia devolver a
vida a Raquel, contudo escolhe sorrir pelo que nasce ao invés de chorar o que
parte. A mãe olha para o filho e vê dor, o pai olha e vê louvor. O
modo como enfrentamos a vida é decisivo para nossa felicidade. “Você não
pode mudar a direção do vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar
ao destino planejado”.
Jacó sabia disso, havia aprendido com
Deus que em meio a toda circunstância, a todo túnel que parece não haver luz,
existe uma saída para o alto, para um novo e vivo caminho!
Não quero aqui fazer relatório sobre
a vida de Benjamin, mas creio que basta dizer que foi um vencedor, o filho
usado por Deus para ir de encontro ao irmão José, ajudando no reencontro e
salvação de toda família no tempo da grande seca do Egito que assolou várias
outras regiões.
“Vendo José a Benjamin, ordenou:
prepara um banquete para eles, comerão comigo” Gn 43:16
Benjamin é lobo
Homens do deserto, batem panelas para
espantar os lobos porque sabem que quando e onde chegam recolhem toda
espécie de despojo. Lobos podem ser ameaçadores. Jesus nos advertiu sobre a
astúcia dos lobos : “ Vos envio como cordeiros em meio aos lobos” Lucas 10:3.
Devemos lembrar que na época das doze tribos de Israel, os territórios eram
conquistados através da força, de batalhas. Israel com Deus era maioria, ainda
que seu exército fosse de menos homens. Quando Jacó nomeia Benjamin de lobo,
ele o faz no melhor dos sentidos. Jacó buscava o lado bom em ser lobo, assim
como buscou beleza e ânimo em meio a dor.
Lobos são perseverantes e graças a
resistência, alcançam vitória nas caçadas. Benjamim, deveria ser assim: alguém
que não desistiria fácil. De Benjamim fala Moisés:
“ O amado do senhor habitará seguro
com ele; todo o dia o Senhor o protegerá , e ele morará entre seus ombros” Dt
33:12.
Benoni ou Benjamin?
Aprendo com Benjamin a não lamentar,
a não nomear a vida de Benoni. Aprendo que através da fé em Deus, encontramos
ânimo para sair de uma situação de tristeza para outra de esperança e alegria.
Aprendo que é melhor agradecer pelo que temos, entregando- O aos cuidados de
Deus, do que lamentar o que não temos ou perdemos.
Aprendo que ninguém está a salvo de
atravessar vales vendo Benoni's sendo gerados, mas é possível (aleluia!)
transformar Benoni's em Benjamin's, pela fé no mesmo Deus de Abraão, Isaac e Jacó.
No Deus que ressuscitou a Jesus Cristo para que pudéssemos através Dele não
desanimar nos momentos adversos: “Tenho-vos dito isto, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”
João 16:33.
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