sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mais de 100 milhões de Bíblias na China



Exemplares da Palavra Sagrada são impressos sob severo controle do governo, mas número de cristãos aumenta consideravelmente





Com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a China tem cerca de 16 milhões de cristãos, segundo a Xinhuan, a agência de notícias oficial do governo. Em 2012, o país superou a marca de 100 milhões de Bíblias impressas.

Qiu Zhonghui, dirigente da Companhia Gráfica Amity, revelou que o exemplar da Palavra Sagrada de número 100 milhões foi impresso em julho deste ano. Segundo Zhonghui, 60 milhões de Bíblias foram impressas em chinês (incluindo as edições em dialetos diferentes para nove minorias étnicas), e os 40 milhões restantes em mais de 90 línguas, para 70 países.

A Amity é a única empresa autorizada pelo governo chinês a imprimir a Bíblia em seu território. A gráfica faz o trabalho no país desde 1988 em parceria com a United Bible Societies (UBS – Sociedades Bíblicas Unidas, em tradução livre).

Michael Perreau, secretário-geral da UBS, declarou no site da instituição que existem mais de 2 mil idiomas no planeta ainda sem uma tradução da Palavra. “Muitos cristãos pobres da zona rural da China ainda esperam por sua primeira Bíblia”, diz Perreau, que tem a esperança de alcançá-los, com a permissão das autoridades.

Acima do número oficial
Há quem acredite que o número de cristãos em solo chinês é bem maior do que o revelado pelo severamente controlador governo. Autores de um artigo sobre o assunto, publicado em 2011 na First Things, uma conceituada revista norte-americana sobre assuntos religiosos, calculam que são mais de 70 milhões os chineses que acreditam em Jesus como seu Senhor e Salvador, um índice bem acima do apontado pelos dados oficiais.

A Sociedade Bíblica do Reino Unido reportou, em 2010, que o ritmo de impressões da Bíblia no território chinês está bem aquém do crescimento dos cristãos locais. Muitas comunidades rurais vivem sua fé sem a Palavra Sagrada em mãos. Nem todas as livrarias na China são autorizadas pelo governo a vender Bíblias – são cerca de 70, apenas, os pontos de venda com a permissão.

Ainda que sejam mesmo 70 milhões os cristãos chineses, eles representam somente algo em torno de 5% da população – em sua maioria sem uma crença definida, apesar de preponderarem os budistas, taoístas e confucionistas. Calcula-se, embora seja difícil mensurar por falta de dados oficiais, que no país asiático também existam cerca de 20 a 30 milhões de muçulmanos.

A missão Portas Abertas, em sua divisão dos Estados Unidos, tem a China em 21º lugar em sua lista de países que mais perseguem e intimidam cristãos. Há um pequeno número de igrejas cristãs permitidas pelo governo, que repreende severamente as não autorizadas.

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