" embalar os seus sonhos e guardá-los debaixo da cama mofando na companhia das traças e teias de aranha só porque, aparentemente, nada está dando certo?"
Quer dizer que você recebeu um não e agora ficou todo murcho achando que todos estão contra você? Aquela pessoa a quem tanto estimava lhe disse algo que não soou muito bem aos seus sensíveis ouvidos e isso foi suficiente para tornar o seu dia – que até então seria um docinho de coco – um verdadeiro bombom de alho?
Ou, pior, recebeu aquele fora da pessoa que você jurava amar (e jurava que ela o amava) e agora está todo tristonho porque acredita que ela realmente era a única pessoa capaz de lhe compreender e fazer rir – já que hoje você diria que o mundo anda meio chato e as pessoas mais ainda –, o que lhe faz parar no tempo e esquecer-se da própria vida, que é o que de fato interessa...
Ou, quem sabe, você planejou tantas coisas na sua vida e agora que o tempo passou, parece que não há nada que lhe faça ver que existe tempo para tudo, mesmo que esse tempo pareça que já tenha se passado...
Hum...
Será que isso não é um exagero, não? Levando em consideração que temos 365 dias por ano, 24 horas por dia, sete dias por semana e milhões de pensamentos que vão e voltam, surgem e jogamos fora, será que nenhum deles serve de verdade? E será que mesmo que o tempo passe tão rápido que é capaz de você plantar uma semente hoje e amanhã se surpreender com uma mangueira no canto da sala, não é possível que não exista nada capaz de lhe fazer sair dessa rotina mórbida de ficar se remoendo com tudo o que acontece porque não estava nos seus planos.
Outro dia me surpreendi com uma matéria sobre uma brasileira chamada Isabel Pesce, de apenas 24 anos. Ela possui 4 diplomas pela MTI (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos (EUA) – para você ter uma ideia, deste lugar saem grandes cientistas e ganhadores de prêmios Nobel –, montou uma empresa de aplicativos no Vale do Silício, nos EUA, e lançou um livro. Você pode estar pensando: “Com tantos predicados assim, ela deve ser realmente um gênio!”. Bom, se levarmos em conta a astúcia dela e, como ela mesma afirma, que teve “cara de pau”, sim, ela é um gênio pelo simples fato de não ficar choramingando ou lamentando uma suposta falta de capacidade e oportunidade e correu atrás. Será que não é isso o que falta, muitas vezes?
Veja o que aconteceu:
Para estudar no MTI, uma das universidades mais conceituada dos EUA, ela precisaria passar por várias etapas, entre elas, estavam algumas provas que avaliam o nível de inglês e uma entrevista, onde se observa se o candidato possui o perfil para estudar ali.
Pois bem.
A moça não tinha essa fluência no idioma (aliás, só possuía o inglês básico) e teria de passar por tudo isso em apenas 10 dias, o tempo que faltava para encerrar o processo seletivo. Não satisfeita com as poucas chances, por meio de um amigo, ela conseguiu o endereço de um dos entrevistadores, reuniu tudo o que já havia feito, colocou em uma caixa de papelão e levou na maior “cara de pau” – isso mesmo, na maior cara de pau – na casa dele. É mole?
E ele aceitou. Marcou a entrevista, viu que ela possuía apenas o inglês básico, mas muita determinação – o que, neste caso, é um requisito a mais no currículo de qualquer pessoa – e só precisou aguardar o dia da prova. Aí, ela precisou enfrentar outro dilema. Quando chegou, a sala já estava lotada e não queriam deixá-la entrar. Mas, determinada como é, implorou para ficar e esperar que alguém tivesse faltado para poder realizar a prova. E ao receber o resultado, chorou de alegria por tanto esforço que lhe rendeu a aprovação. Ao final dos quatro anos, conquistou os quatro diplomas em engenharia elétrica, ciências da computação, administração e economia.
Foi um árduo caminho, não é mesmo? Talvez você esteja imaginando a aflição dela e até suando em pensar nessa maratona alheia, mas era isso o que ela precisava para chegar onde queria.
Você já pensou onde quer chegar? E já desistiu da ideia só porque o caminho é difícil e cheio de buraqueiras?
Pense só: se ela tivesse desistido quando lhe disseram que só havia 10 dias para encerrar o processo de seleção, ela teria de esperar por até um ano para tentar novamente; se ela tivesse desistido de ser entrevistada, porque não sabia falar inglês fluentemente, talvez desistisse por inteiro do curso; se ela tivesse desistido quando lhe disseram para ir embora, porque a sala estava cheia e não tivesse insistido, todo o seu esforço inicial não teria adiantado nada.
O segredo dela foi a determinação, a astúcia, a coragem e a confiança. Características bem marcantes da pessoa que confia em Deus. E se você O tem como seu aliado? Vai desistir da estrada só porque ela está esburacada? E por que vai embalar os seus sonhos e guardá-los debaixo da cama mofando na companhia das traças e teias de aranha só porque, aparentemente, nada está dando certo?
Vou encerrar com uma frase da própria protagonista desta história e que serve bastante de exemplo para nós: “... a gente tem que pensar que não custa tentar, afinal, o não a gente sempre tem.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário