Observamos aqui Deus novamente instruindo Moisés a contar alguns dos israelitas, mais especificamente os filhos de Gérson. Sabendo que Gérson estava envolvido diretamente no ministério, entendemos que aqui o Senhor estava selecionando aqueles que estivessem em condições de servir a Ele perante o povo.
Mas qual o sentido de contar? Haveria algo a mais aqui? Com certeza! A palavra usada para contar (נשׂא – nassô) tem o sentido de “levantar, erguer, tomar, exaltar“. Em outras palavras, o Senhor aqui estava destacando aqueles dentre o povo para servir-lhe, sendo mediadores entre Sua presença e o povo. Ou seja, haveria um processo de seleção onde alguns seriam levantados, tomados ou exaltados a fim de servir a Deus. Da mesma forma, o Senhor espera de cada um de nós a postura de querer mudar, de sair da posição e crescer. Ou seja, buscar um amadurecimento no casamento, nos relacionamentos, na vida profissional… toda mudança envolve a disposição interior de romper com o bom, para poder experimentar o melhor. Aqueles homens estavam dispostos a sair de sua “zona de conforto” para servir a Deus em sua plenitude, respondendo ao chamado. Portanto, deve-se frisar a resposta interior de cada um frente ao chamado de Deus.
Entendido isto, como seriam então escolhidos esses indivíduos?
O Senhor tem critérios para separar as pessoas e, portanto, Ele ordena que se tome a “soma deles”. Interessante perceber o parâmetro para tal contagem: eles deveriam ter entre 30 e 50 anos (v.43). Por quê?
Podemos inferir que 30 anos é a idade média onde o homem já teve tempo de investir em si mesmo, de amadurecer e tornar-se apto a servir os outros. O vigor da juventude alcança seu ápice aos 30 anos. Aqui muitos já realizaram seus primeiros sonhos e projetos, como ter uma profissão ou constituir família. Muitos aqui já possuem sua independência financeira. Também aos 30 anos a pessoa já experimentou decepções, fracassos e vitórias. De certa forma, é natural alguém que alguém nesta idade já tenha uma certa experiência de vida.Além disso, a restrição ao chamado era de 50 anos. Devemos lembrar-nos do serviço pesado de montar e desmontar as peças do Tabernáculo e, portanto, limitaria a ação de alguém com mais idade. Nesta fase da vida, o homem já possui uma preocupação maior em ser do que ter, o que o capacita a ser bênção na vida dos outros. A grande verdade é que Deus prepara o homem para se tornar apto a assumir o ministério a ser colocado em suas mãos. A grande lição aprendida aqui é ter a força de vontade, o vigor e a disposição aliada a experiência e vontade em SER, ao invés de TER.
Será que estamos aptos a assumir o ministério proposto pelo Senhor? Temos buscado a maturidade para sermos sacerdotes do lar, sendo luz para nossos cônjuges e filhos? Para testemunhar o Evangelho no trabalho, na sociedade?
Temos uma atitude interior de romper com nossas limitações e experimentar novos horizontes com o Senhor?
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