quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O egoísmo cega

“E acendeu-se a ira de Balac contra Bilam, e bateu as suas palmas; e disse Balac a Bilam: Para amaldiçoar a meus inimigos te chamei, e eis que os abençoaste já três vezes” Nm 24.10

O que possui mais valor para nós? Vivemos nossas vidas em função dos outros ou de nós mesmos?

Num primeiro momento, talvez todos respondam : “é óbvio que vivo para mim mesmo…”. Mas será esta uma resposta sincera? Nossas atitudes são motivadas por nossas necessidades ou são influenciadas por outros?

Numa sociedade consumista como a nossa, onde o senso de realização é colocado em bens de consumo (carro, roupas, status social, etc…), as ações da maioria da população são norteadas com base no consumismo. Ou seja, procura-se um carro novo não necessariamente pela necessidade, mas para mostrar ao vizinho; roupas da moda para aparecer bem em uma solenidade ou festa, dentre outros. Note que atitudes assim mostram que existem aqueles que vivem para agradar à pessoas que nem ao menos conhecem, mas assim o fazem para serem aceitos em um grupo maior, ou ainda como modo de não sofrer qualquer rejeição por parte da sociedade.

Neste processo, é fácil perder o senso de identidade pessoal no caminho. Corremos o risco de passarmos a viver em função dos outros, do que se agradam ou não, e esquecemos de nós mesmos. Pessoas que vivem assim passam a correr atrás do vento, nunca satisfeitas consigo mesmas e sempre aquém dos desejos dos outros.

No texto, vemos Balac , o rei dos Moabitas, procurando um meio de destruir a nação de Israel. Ele havia visto como Deus agira em favor dos israelitas e procurava um meio de evitar a destruição de Moabe. Para tal, ele procura um profeta gentio, Bilam, e oferece dinheiro para que o profeta amaldiçoasse a Israel. O que nos chama a atenção é a insistência de Balac em comprar a maldição. Ora, se as bênçãos de Bilam eram tão poderosas como as maldiçoes, por que então Balac não pediu a benção a seu povo, em vez de amaldiçoar a Israel? Por que o egoísmo cega… faz-nos ignorar a nossa necessidade e concentrar na vida dos outros. Ao invés de pedir a bênção do profeta para si e seu povo, ele prefere investir na destruição de Israel. Situação infelizmente corriqueira nos dias de hoje…

Muitas vezes vivemos assim – se nosso senso de realização está nos outros, e não em nós, corremos o risco de vivermos como Balac, buscando meios de abater ou elevar alguém. Isso traz consigo a ansiedade e insatisfação, impedindo de reconhecermos o favor de Deus sobre nós, assim como nossos sonhos nunca tornam-se reais. Portanto, que possamos buscar em Deus nosso senso de realização, vivendo uma vida plena com Ele.

Naquele que é tudo que precisamos,

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